O
trabalho do ministério da cultura foi restruturado e foi reformulado, tirando o
foco que antes era mais no artista, diretamente.
A
divisão do ministério em seis secretarias: fomento, políticas culturais,
audiovisual, articulação institucional, diversidade e identidade cultural e a
de programas e projetos, leva a ações mais transversais.
A
secretaria de programas e projetos é uma incubadora de programas que se transformam
em ação cultural.
A
principal ação é a implantação do programa nacional de cultura, educação e
cidadania – o projeto “cultura viva”.
O
Projeto cultura viva, tem como principal foco a interligação da cultura,
educação e cidadania.
A
educação em si, ela investe na formação das pessoas, na reprodução da cultura.
A
cultura é a alma da educação, é à base da educação.
Cultura
hoje não pode se resumir em belas artes ou um profundo conhecimento.
A
cultura real se refere à expressão humana, todos produzem cultura.
Além
da expressão simbólica da cultura, como teatro, poesia e musica, a cultura deve
ser entendida como cidadania, direito, comportamentos e economia.
Pontos
que garantem a inclusão total do ser humano na sociedade, como um ator social,
um agente verdadeiro do fazer social.
Assim
a cultura se propõe a muito mais do que suas expressões particulares como
poesia, musica e teatro.
A
criação do projeto cultura viva, produz uma rede cultural, permitindo que as
escolas, onde esta inserida a educação, cultura e cidadania se interliguem a
sociedade como um todo.
Para
que isso aconteça, é necessário que as pessoas tenham um entendimento maior de
si, como ser global, que está inserido numa sociedade que produz cultura.
As
comunidades indígenas, ensinam sua cultura cotidiana, através da transferência
de hábitos diários e simples, através do fazer.
Assim
articulamos seus comportamentos diários e sua cultura aos seus direitos.
Porque
o enfrentamento e a resignação também são expressões de cultura, sua conduta
cultural também é vista como uma manifestação cultural de um povo.
A
secretaria de cultura pretende com este projeto aproximar mais estas expressões
da sociedade como um todo.
Assim,
a identificação desta rede é feita através da criação de pontos de cultura, que
são ações já desenvolvidas pela sociedade, como a escola de samba, boi bumba, folia
de reis, maracatu, ações socioeducativas desenvolvidas nas comunidades, grupos
de teatro de vanguarda, etc.
Esta
rede de cultura e cidadania é composta por diversos pontos, com diferentes manifestações
de cultura.
A
cultura viva pode parecer uma redundância, porque toda cultura parece viva, mas
algumas se burocratizam, se fossilizam, porque a cultura por si só, nem sempre liberta.
A
cultura que prevalecia no Brasil a cento e cinquenta anos atrás, era a da escravatura,
que não era libertadora.
Hoje
temos a cultura do racismo e da intolerância, apesar de veladas.
Mas
a cultura tem um ponto de libertação da capacidade de criação do ser humano,
que permite que nos diferenciemos dos outros animais.
Para
que a cultura liberte, é preciso iniciar um processo de tolerância, de diversificação
e de respeito ao próximo, presentes na cultura popular.
Assim
como a educação também pode aprisionar, a partir do momento em que utilizamos
um saber que é de todos, num instrumento de concentração de riqueza.
A
cultura hoje é utilizada para isso, para criar uma diferenciação de classes, de
legitimação e poder.
Com
a construção de uma plataforma diversa, com pontos de cultura de todos os tipos
na sociedade, onde temos um ponto de recepção e irradiação de cultura tradicional,
transformamos a sociedade.
Sendo
o Brasil hoje, um país altamente urbanizado, não se percebe como a cultura está
enraizada na sociedade, como o futebol, a capoeira, o molejo e a ginga brasileira,
que é parte de nós, da nossa historia.
Mas
ao buscar o tradicional, temos que olhar também para inovação, para a vanguarda,
para o desenvolvimento tecnológico, que é a característica básica dos brasileiros,
a antropofagia.
Ou
seja, a capacidade que nós temos de absorver o novo, mantendo o antigo e
recriando, num constante processo de transformação.
A
cultura é construída a margem do estado, a margem da estrutura social.
E
a partir desta escassez, que se buscam novas formas de cultura internas,
deixando aquele olhar colonizador, que nos trás a ideia de que só o que vem de
fora é que é bom e que não diz respeito a nada do nosso cotidiano.
Assim
que o Brasil resolver olhar para si, para a sua cultura, para seu povo, para seus
problemas, através da educação e cidadania, poderemos construir e reconstruir a
cultura brasileira.
O
povo consegue recuperar sua força através da sua cultura, através da absorção de
métodos que dão e deram certo e que podem e devem ser reproduzidos.
Esta
cultura deve ser aproximada e compartilhada com a sociedade.
Porque
o “Estado” como um todo é apoderado por uma pequena parcela da sociedade,
levando a sua maioria a marginalização.
O
que devemos ter em mente, é que a cultura deve construir um Estado mais humano
e próximo, com a imagem e semelhança do seu povo.
A
busca constante da cultura, se dá através de alguns pontos como: A construção da autonomia, que deve ser
conquistada através da dominação de conceitos e da tecnologia, e o desenvolvimento do protagonismo, que
leva a pessoa a se reconhecer como parte integrante da sociedade.
Como
um povo colonizado, temos uma ideia arraigada de que somos menos, que nossa
cultura é inferior à cultura europeia trazida pelos colonizadores.
A
cultura deveria ser entendida como fronteira nacional, tão importante quanto às
fronteiras físicas.
Quando
se quebram estas fronteiras, se leva o povo a uma dominação cultural.
A
sociedade deve trazer a cultura, a tradição, como possibilidade de se projetar
no mundo, podendo superar este irreal abismo social existente no Brasil.
A
cultura digital hoje pode levar a sociedade a um novo patamar de visibilidade
mundial.
Com
a busca da cultura e tradição, podemos levar a sociedade brasileira a um
patamar de reconhecimento, de encontro de si mesmo na sociedade, que muitas
vezes nega seus direitos básicos.
A
inclusão cultural é por assim dizer a única maneira de fazer o povo se
reconhecer, porque a cultura ela está ai, diariamente, acontecendo em todos os cantos
do Brasil.
Ao
criar mecanismos de expressão cultural, dá-se ao povo o direito de se localizar
na sociedade, de se encontrar e de se reconhecer como ator social, ou seja,
como alguém que produz algo que a sociedade está internalizando.
A
partir do momento em que a sociedade recebe esta cultura, como parte de sua
verdade, ela cria mecanismos de conexões entre seus agentes.
Visite o site do projeto
http://www2.cultura.gov.br/culturaviva
By Lucila Helena Celete.
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