quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Política "da transformação"

Por Lucila Celete

Não tive tempo de escrever ainda, mas agora estou aqui para expressar minha indignação na abertura da “Semana da valorização da pessoa com deficiência”.
Um evento tão bonito, mas que serviu como tantos outros, de palco para discurso de político e trampolim de pessoas mal intencionadas.
O evento começou com trinta minutos de atraso, o que me causa uma repulsa, já que foi marcado um horário e eu cheguei antes do horário.
Gostaria que tivessem respeitado o horário, mas me parece que estavam aguardando alguma autoridade chegar.
Estiveram presentes, o Vice prefeito de Vargem grande, José Carlos e o Secretário da Educação, Paulo Gaspar.
O secretário de transportes de Cotia, Silvio Leme, que declarou publicamente que 100% dos ônibus e "vans", chamados por ele de transporte alternativo na cidade, estão adaptados.
Não sei alternativo para quem?  Porque no meu bairro, é a única opção, e por sinal, muito ruim.
Vejam que neste mesmo dia, fui ao evento de transporte alternativo, e utilizei uma “van” de uma única porta, sem a adaptação ou acessibilidade que ele citou.
O MAIS ENGRAÇADO É QUE NO SITE DA PREFEITURA, NÃO Á NENHUMA MENÇÃO AOS DADOS CITADOS PELO SECRETÁRIO DE 100% DE ADAPTAÇÃO.
Foi citado também pelo secretário o “beneficio” do cartão de ônibus para pessoas com deficiência e seus acompanhantes. Mas o que se encontra a internet são diversas denúncias de  negação dos pedidos de emissão do CARTÃO DEFIS.
O secretário de Desenvolvimento Social, Marcos Nena, declarou que a muito ainda á ser feito nesta área e em muitas outras, em nossa cidade.
Que bom, pelo menos ele não vive no país das maravilhas!
Mas para que seja feito, o mesmo declarou que o poder público precisa ser cobrado, que ele não funciona no automático.
Obrigada, senhor secretário, por nos lembrar que somos seus patrões e que devemos cobrar incessantemente e incansavelmente até que seja cumprida a tarefa de vocês que é trabalhar pelo bem comum da sociedade, que paga seu salário.
Então lembrem-se, vereadores, secretários e prefeito, sou aquela que #nãouvoumudardecotiavoumudarcotia, e para isso devemos fiscalizar e acompanhar o trabalho de vocês.
Cobrar de perto, significa estar presente nas sessões da câmara, que acontecem apenas uma vez por semana e mesmo assim, não há a participação efetiva dos senhores, que me parece terem sempre algo mais importante para fazer, porque saem no meio da mesma, por diversas vezes.
O presidente do CMDDPCD, Paulo Zanella, convidou a sociedade cotiana a participar e atuar como parceira deste movimento de valorização e fortalecimento de políticas de inclusão.
O presidente da APAE Cotia, Antonio Pereira, disse que há 23 anos foi difícil fazer a inclusão de seu filho no sistema educacional, e que sua luta é para que esta inclusão seja real, porque as escolas ainda não estão preparadas para a inclusão.
E eu me pergunto, em 23 anos, passaram seis mandatos diferentes, e nenhum dos prefeitos que estiveram no poder, conseguiram preparar o município para a inclusão real e necessária?

A imprensa de cotia, não que muito me espanta, não esteve presente. Pois o único “jornal” que apareceu no evento, ficou apenas um período curto, entre a composição da mesa e dos discursos inflamados dos políticos de nossa cidade.
Este evento não tem importância no cenário municipal?
Aonde estavam os outros jornais, revistas e sites de notícia?
Mas tínhamos presente à imprensa da prefeitura, que produzirá uma matéria que será “replicada” por todos os jornais não presentes, como verdade absoluta, apesar de não terem ouvido nada do que foi dito.
Vale lembrar também que as “autoridades” também foram embora após seus discursos inflamados, não participado do evento em si.
Tivemos a palestra “A importância da intervenção nos primeiros anos de vida”, ministradas pelas profissionais Luciana Decoussau (Fonoaudióloga) e Raquel Marques (Fisioterapeuta), uma apresentação de dança, magnífica, com portadores de deficiência, um bolo em comemoração ao conselho e um café para os presentes.
O que muito me indigna nesta cidade, é as pessoas fazerem a popularização de seu nome à custa de um evento tão grandioso e importante e nem se darem ao trabalho de prestigiá-lo até o final, o que durou menos de uma hora e meia.
Fica aqui meu agradecimento pelo convite para participar do evento, participei em nome da Folha de Cotia, que não foi mencionada, mas acima de tudo como cidadã.

Aos organizadores, aos funcionários e profissionais da APAE, aos pais que compareceram, aos membros do conselho, aos deficientes e as pessoas que como eu, buscam um mundo melhor.

Por que não quero saber de política?

Conversando com amigos e falando sobre política, é recorrente ouvir isso: “Não quero saber de política”. Há alguns meses estava pensando a mesma coisa. O que vemos por aí na política é uma operação onde os meios justificam os fins. E isso vem de longe. Uma prática que pela primeira vez ouvi da candidata a presidente Marina Silva denominando-a de “velha política”. O que entendo como velha política é a ideia de que ela (a velha política) trata de pessoas e meios para tomar o poder. Contudo, resumidamente, penso que é possível fazer uma nova política invertendo o conceito de tomar o poder por PESSOAS E MEIOS e fazer uma mudança de mente para estar no poder por VALORES E IDEIAS. Seria isso possível? A velha política do toma lá da cá poderia estar com os dias contados? Quando busquei informações sobre o pensamento da #Rede Sustentabilidade tive uma pequena esperança de que é possível fazer política fora da caixinha da política. Quando penso em #Rede Sustentabilidade vejo que é tangível, por meio de uma participação horizontal, transformar cargos em serviço. Onde os títulos diminuem na sua importância porque o alvo é fazer dessa cidade um município mais justo servindo as pessoas. A força de cada talento usado na sua forma mais dinâmica. Gostaria que muitos pudessem ter essa mentalidade transformada. Que a velha política viesse a ruir para dar lugar a uma nova política, que anda lado a lado, com os pés no chão na caminhada de uma construção de uma visão menos hierarquizada. Esse pensamento, em princípio, não é para tentar mudar os políticos de outros partidos. É preciso viver essa possibilidade no meio de nós que somos #Rede Sustentabilidade. Essa horizontalidade deve ser vivida aqui. Enquanto a “velha política”, os que vivem na caixinha, não estiverem buscando os mesmos ideais que a #Rede, eles não entenderão. Pelo contrário. Poderão acusar a nossa intenção de coisas piores daquelas que estão acostumados. Digo isso porque na caixinha da política o modo de operação é usar PESSOAS E MEIOS. E nós, sabemos que muitos estão cansados de serem meros expectadores ou idiotas úteis. Queremos VALORES E IDEIAS. Queremos a técnica no lugar da indicação. Serviço no lugar de cargo. Por isso sonho com a política fora da caixinha da política, por meio de VALORES E IDEIAS. Eu, juntamente com milhares de moradores desta cidade não queremos saber de política, essa política velha. Temos esperança de fazer política fora das quatro paredes da prefeitura ou da casa legislativa. Onde o detentor do cargo público transitório não dirá: “Venha até meu gabinete para tomar um café”. Ao contrário sairá junto, lado a lado, ouvindo e compartilhando soluções na horizontalidade das possibilidades mútuas.

 

João Ruth é jornalista, radialista, diretor e apresentador do programa "Fatos em Foco" da Rede Internacional de Televisão.