quinta-feira, 31 de março de 2011

Escola Keinesiana


Keynes se destaca por repudiar a teoria clássica do Laissez-Faire ou de que os negócios econômicos da sociedade acabam sempre por cuidar de si próprios, desde que nem o estado nem qualquer outra corporação armada de autoridade procure interferir como determinante das ações individuais, como pensava Adam Smith: "Os indivíduos agindo sozinhos tendem a ser melhores". Outros advogam que a contribuição do estado é justamente para manter a liberdade na atividade econômica.
No século XX a atenção foi direcionada para os problemas ligados a garantia de uma eqüitativa distribuição da renda, mediante sistemas de taxas e de benefícios, o que aumentaria a intervenção estatal na indústria e comércio.
Outros da tradição do Laissez-Faire enalteciam as vantagens de uma economia de mercado dentro de uma estrutura legal e institucional destinada a manter a propriedade privada; a iniciativa econômica; a livre escolha de bens e serviços e de emprego e investimento.
A principal diferença entre a teoria Keynesiana e a do Laissez-Faire era no que diz respeito a interferência e importância do Estado na economia.
No período da grande depressão, Keynes desenvolveu, a partir de suas próprias opiniões, a Teoria Geral da Economia; daí sua boa reputação, pelo fato de divergir da teoria do economistas da escola clássica .
Neste período a teoria econômica de esquerda não possuía nenhum tipo de política própria, criticavam o capitalismo e apoiavam a nacionalização dos meios de produção. Tinham crítica mas não tinham planos. A partir daí, Keynes ganha muita importância por ter, com sua obra, uma política econômica definida e por dar aos democratas, justificativa para seu papel no governo. Com isso tinha-se uma mudança na posição do Estado: de vítima passiva dos ciclos econômicos ele passa a ser um meio pelo qual a sociedade podia regular as crises a fim de manter o pleno emprego.
Outro ponto importante na teoria Keynesiana era quanto a medidas a serem tomadas nos momentos de depressão da economia. Ao contrário dos clássicos, ele defendia políticas anticíclicas, permitindo défcitis para financiar obras públicas produtivas (maior número de pessoal possível) durante as depressões e salvando as dívidas nos períodos de expansão.

A ESCOLA KEYNESIANA
John Maynard Keynes é considerado o maior economista do século XX e precursor da Macroeconomia, sem esquecermos de Adam Smith no século XVIII e de Marx no XIX.
Durante a grande depressão de 1930, que assolou o mundo, o principal problema era o desemprego. E este passou a ser a principal preocupação de Keynes na sua teoria: buscar a solução.
A Lei de Say resumiu com notável precisão toda a argumentação clássica (simultaneidade e interdependência entre produção e renda), mas embora tudo indicasse que a oferta cria a sua própria procura, um importante elemento poderia interromper esse mecanismo: a poupança.
Tentaremos então, nesta obra, mostrar como Keynes desbancou os antigos conceitos e apontou soluções práticas para os problemas, sobretudo o do desemprego - ponto principal da sua teoria geral - e sua relação com o investimento x poupança.
Seria muita pretensão tentar abordá-lo em suas minuciosidades, portanto, é nosso objetivo expor uma visão panorâmica sobre suas principais idéias e "reajuste" do capitalismo, mostrando que é necessário agir e abandonar a política do laissez faire (deixar fazer) da escola clássica, que contrariava uma possível intervenção do estado na economia e no mercado. Abordaremos também, por várias vezes, os conceitos dos clássicos para estabelecer um paralelo entre suas idéias e facilitar a compreensão do assunto.
Keynes mostrou ser um homem de ação, sua competência, defendendo a intervenção do estado em benefício da economia, pois inovou com uma visão agregada, ou seja, ensinou a analisar o global, a macroeconomia.

A EVOLUÇÃO DA TEORIA TRADICIONAL DO EQUILÍBRIO DO PLENO EMPREGO

     A Concepção de Equilíbrio da Teoria Clássica

1o. Os conceitos de Estatística, de Equilíbrio de cada Estado Estacionário
As correntes clássicas utilizam três noções:
     Equilíbrio: Exprime que, num sistema econômico, onde elementos quantitativos se encontram em relação, se produz entre eles um ajustamento estável ou instável. Exemplo: a quantidade de bens produzidos a determinado preço se ajusta, permanentemente ou temporariamente, à quantidade de bens oferecidos ao mesmo preço. Define-se tal relação como "Ajustamento de quantidade".
     Estática: É o estudo das condições que presidem à realização do equilíbrio. Ou é simples construção do espírito, esquema abstrato, imagem usada na tentativa de alcançar a realidade; ou então exprime profunda e real tendência da atividade econômica. Traduz desta forma um ideal para o qual tende esta atividade, sem jamais atingi-lo; ou um estado real, efetivamente atingido, no termo de uma evolução dirigida por um fator preponderante.
     Estado Estacionário: É o estado concreto, real, de um sistema econômico que, em seguida de uma evolução, atingiu um ponto de repouso onde todos os elementos são estáveis e nenhuma mudança se produz na quantidade de elementos que compõe o sistema, nem na natureza e força dos movimentos que o animam.
A história revela duas correntes de estudo:
     A primeira considera o estado estático como um estado da vida econômica, estudando a formação do equilíbrio como se estivesse estudando um fenômeno concreto e mostra como a atividade econômica se dirige para o estado estacionário.
     A segunda considera que o estado estático é um estado hipolítico, utilizando o conceito de equilíbrio como um meio de análise e parte da hipótese estática para estudar uma atividade econômica cuja realidade se aproxima desse esquema, sem lhe ser exatamente conforme; o equilíbrio é uma tomada de posição metodológica.
Já a Teoria Geral de Keynes considera o equilíbrio uma situação concreta e encara a possibilidade de um estado estacionário.

2o. A determinação do Equilíbrio Estático e o Estado Estacionário.
Sendo o equilíbrio um estado real da atividade econômica, a teoria tradicional demonstra existirem duas espécies de equilíbrio: o correspondente a um estado em movimento e o realizado pelo estado estacionário, sendo que, estão sujeitos a ação de um elemento diretor: o salário; onde na teoria clássica existem três concepções de salário: a do mínimo de existência, a do fundo dos salários e da produtividade.
Recorremos as duas primeiras para explicar a realização do equilíbrio, tanto no estado estacionário quanto no estado progressivo.
Adam Smith leva todo o jogo do equilíbrio a basear-se num eixo constituído pelo salário mínimo:
O salário não pode descer abaixo do necessário ao trabalhador para assegurar uma subsistência e a dos seus; por outro lado, a massa dos salários é paga pelos fundos destinados à manutenção do trabalho e que depende da acumulação de capital pelos empresários. A oferta do trabalho - dependendo do tamanho da população - e a procura - dependendo do tamanho dos fundos - determinam a taxa dos salários. Quanto ao lucro - confundido com juro - sua taxa depende da abundância dos capitais. Portanto, o aumento desses faz subir os salários e baixar os lucros.
No estado progressivo quando o montante das somas destinadas a acudir às necessidades dos trabalhadores aumenta mais depressa que a quantidade de trabalho, o salário se fixa acima do nível das subsistência; no estado regressivo produz-se o inverso.
Mas, com o tempo, o lucro baixa demais para poder incitar ao investimento; o capital já não se acumula mais e, portanto, o salário tende à fixar-se no nível das subsistência. Desde então, produz-se um ajustamento em que o preço, taxa de lucro, taxa de salários, tendem a permanecer estáveis; o estado estacionário, estado real da sociedade, é então atingido.
Mas qualquer que seja o estado da sociedade (regressivo, estacionário ou progressivo) é pela influência do lucro, o qual determina o salário a fixar-se no nível das subsistências, que se realiza e se exprime o estado de equilíbrio.
A baixa do lucro prejudica a acumulação de capital e, portanto, o desejo de empreender, chegando ao estado estacionário.
Outros achavam que o mínimo de subsistência não é fixado por meios externos, mas sim por um caráter psicológico suscetível de variação.
Marshall abranda o conceito de equilíbrio, levando-o ao auge tal concepção. Diz que o equilíbrio realizado não é apenas o equilíbrio do preço, mas todo o sistema, pois pela oferta e procura, atinge o custo dos produtores e as necessidades dos consumidores, apresentando um conjunto complexo, no qual a modificação de qualquer um dos elementos, mesmo se colocado aparentemente no último plano, modifica as condições do equilíbrio e o repõe em causa.
     O equilíbrio do pleno emprego na teoria clássica:
Na teoria clássica, o equilíbrio resulta, portanto de um ajustamento do montante do capital e do nível da população; e esse equilíbrio se caracteriza pelo fato de acarretar a plena utilização de todos os fatores de produção: capital e trabalho.
Qual é o papel do capital e, por conseguinte, da poupança e do investimento, na realização do equilíbrio do pleno emprego? Por que há sempre e não pode deixar de haver pleno emprego?
1.    A procura de trabalho
"O número de trabalhadores úteis e produtivos é, em todo lugar, proporcional à quantidade de capital-estoque que é empregado para lhes permitir trabalhar e o modo particular pelo qual é empregado," - Adam Smith.
O volume de emprego é determinado pela fração do capital empregado para lhes pagar os salários, e as suas variações estão ligadas ao montante do capital empregado.
Possuir e ser titular de um estoque que consiste no "montante de bens pessoais, ou de bens outros que não a terra, considerados em dado momento" (Smith).
Capital é aparte do estoque que fornece uma renda, a diferença entre o estoque e o capital é destinada ao consumo.
Determina-se com relação ao indivíduo duas partes: O capital fixo e o circulante. E com relação a comunidade uma terceira parte: a reserva tendo em vista o consumo.
O capital fixo é o empregado para a melhoria da terra, para compra de máquinas, de instrumentos e, em geral, para produzir uma renda que fique nas mãos do seu proprietário.
O capital circulante é, ao contrário, destinado a mudar de titular; é empregado para cultivar, fabricar ou comprar produtos e vendê-los com lucro. É o capital circulante que fornece os materiais e os salários do trabalho e põe a indústria em movimento.
Com relação à poupança: "tudo quanto uma pessoa poupa de sua renda, acrescenta-se ao seu capital; ou emprega para manter um número adicional de pessoas produtivas, ou põe outras pessoas em condições de o fazer, emprestando esse capital mediante um juro, isto é, parte dos lucros"
Portanto, como o aumento da quantidade de trabalho útil depende do aumento de capital, depende também em definitivo da poupança, pois quando investida, leva à subsistência dos trabalhadores.
Em resumo, o capital faz parte dos fundos acumulados, servindo para produzir uma renda.
Uma fração desse capital determina a quantidade de trabalho produtivo, que só pode aumentar se a renda também crescer graças a uma poupança tirada da renda anual.
2. O equilíbrio do emprego do capital e do trabalho.
A alta ou baixa dos salários é comum a todos os estados de uma sociedade, quer seja no estado estacionário, no de progressão ou no de regressão.
No estado estacionário, é regido inteiramente pelo crescimento ou pela diminuição da população. No estado de progresso, pelo aumento daquele que mais aumentar em relação ao outro - Capital ou População. No de regressão é o inverso.
O que acontecerá se a população crescer, enquanto a quantidade de capital permanece o mesmo? Diminuição de empregos caso não baixem os salários.
O salário iguala a população e o capital. Portanto, quando se produz o salário abaixo do mínimo de existência, produz uma redução da população, uma diminuição do emprego. Quando se aumenta o salário, ocorre o inverso.
Os sucessores dos clássicos se condenaram a um impasse e não chegam a explicar por que o sistema pode estar em equilíbrio quando existe sub-emprego do capital e do trabalho; ou, mais exatamente, não se aperceberam de seu erro que é o de postular o pleno emprego do capital e do trabalho. Ora, é aí precisamente que Keynes introduz sua correção essencial graças à uma nova teoria de poupança e do investimento e à dissociação entre volume da população operária e volume do emprego efetivo. Em outras palavras, percebe que as quantidades de capital e trabalho podem ajustar-se, ou melhor, que o sistema fica em equilíbrio mesmo quando há sub-emprego de um de outro, o que não surpreenderia porque o sub-emprego da mão-de-obra está ligado ao sub-emprego do capital. Antes de abordar esta explicação, resta esclarecer por que os clássicos se perderam.
Na teoria clássica, todas as quantidades de capital e de trabalho são empregadas.
O erro está em considerar que sempre a quantidade de capital está empregada.
Keynes diz que existe, também, o chamado desemprego voluntário, estabelecendo como meio determinante, quando o salário nominal não tem elasticidade e o operário não pode intervir na taxa, a baixa do salário real.
O volume de emprego não pode ser estabelecido pela utilidade do salário e a desutilidade marginal.

INCENTIVO AO INVESTIMENTO
Quando Keynes fala de economia monetária, ele mostra que o dinheiro tem 3 funções:
     meio de troca
     unidade de conta
     reserva de valor
Porém a mais importante para a economia monetária segundo Keynes é a reserva de valor, - ou seja, poupança, aplicações monetárias, etc. - pois a mesma possibilita o entesouramento de dinheiro, mas sem, contudo, esquecer-se do incentivo ao investimento.
Esse entesouramento de dinheiro, é o que vai possibilitar a capacitação de recursos para que se tenha capital que vai ser emprestado para o investidor.
Investidor esse que ao tomar o empréstimo, investe no aumento da sua produção que acaba gerando uma maior demanda de empregos.
Ao estimular a produção, gerando mais empregos, ele ao mesmo tempo que aumenta a sua oferta de manufaturados, ela, ao empregar m número maior de funcionários, acaba aumentando o número de consumidores em potencial - pois o cidadão agora que tem um emprego e renda fixa, ele vai começar a consumir mais, gerando um aumento significativo na demanda - por isso é que o governo deve aumentar o incentivo ao investimento.

PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA
Primeiramente, devemos ressaltar que foi de grande interferência a Depressão dos anos 30 para que as teorias a respeito desse tema fossem formuladas por Keynes e Kalecki. Esse princípio determinava que se deveria produzir a quantidade dada e não o que o sistema tivesse a capacidade de produzir, portanto, se não houvesse demanda não haveria produção e consequentemente a capacidade de produção se tornaria ociosa.
Esse percurso pode ser definido através de três elementos que seriam: o poder de compra, da demanda e a produção, onde esses três fatores cresceriam e diminuiriam seguindo a uma mesma direção.
Devemos colocar ainda que esses princípio se tornou ponto de partida para os estudos sobre a teoria do emprego.
Voltando a questão do poder de compra, seria bom se falar em dois fatores desse poder de compra colocado por alguns economistas, onde você tem: o auto financiamento (onde ocorre o envolvimento dos seus próprios patrimônios) e o financiamento externo (a unidade através de créditos).
Keynes coloca que o equilíbrio máximo, alcançado por uma dada economia não está na diminuição do desemprego, mas sim no fato de que não existe capacidade ociosa onde os capitais de investimentos fixos estão em funcionamento normal, portanto, o problema não está relacionado com as pessoas e sim com as máquinas, onde alguns definem que a capacidade produtiva é a quantidade de produção que se obtém quando o equipamento está sendo utilizado normalmente.
O conceito utilizado de demanda efetiva, agregada ou global, está no fato de que Keynes foi precursor da macroeconomia, portanto, analisava os fatos de modo globalizado e não isoladamente como antes se fizera. Essa demanda efetiva não chegando a níveis próximos da oferta global, ou seja se a consumação se torna baixa, os investimentos insuficientes resultarão em um declínio de emprego, de produção e de renda. Se permanecerem em níveis proporcionais permanecerá estável.
Alguns economistas colocam que "a oferta cria a sua própria procura". Esse conceito, Keynes torna inválido uma vez que se isso fosse real, a procura e a oferta global seriam iguais para todas as quantidades de emprego, ou seja, mais emprego significará mais renda, porém é bom indicar que toda a produção é consumida em bens de consumo, portanto a renda aumenta em níveis proporcionais menores que a quantidade de produção.
Então, mais emprego significa mais renda que resulta em uma maior produção. Enfim, o emprego em função do preço da procura nos coloca que quanto maior for esse preço. Maior será também a quantidades de emprego. Colocando já em questão o volume de produção em função do rendimentos, percebemos que o rendimento se eleva, mas em níveis proporcionais menores que o consumo, onde o fato determinante é a propenção a consumir que coloca que o volume da procura está em função do aumento da renda, porém nem todo rendimento adquirido é utilizado para o consumo, pois existem ainda os que preferem os investimentos.
Enfim, Keynes acentua o termo teoria geral para contrastar com a teoria econômica clássica que se limita ao pleno emprego. Keynes procura mesmo é explicar o volume de emprego em um dado momento, coloca que o desemprego é nítido em qualquer economia, sendo inevitável, assim como ele vê a inflação, onde ambas dependem do volume da procura efetiva, onde observa-se que quando a procura é deficiente gera desemprego, quando é excessiva resulta na chamada inflação.

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